Alice no País das Maravilhas

Alice no País das Maravilhas é uma obra infantil do autor inglês Lewis Carrol. Essa narrativa fantástica tem como protagonista a menina Alice, que vive aventuras em um sonho.

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Alice no País das Maravilhas é um romance infantil do escritor inglês Lewis Carroll. A obra apresenta elementos fantásticos, além de explorar o nonsense e o absurdo. A narrativa conta a história da menina Alice, a qual, depois de seguir um apressado Coelho Branco, entra em um estranho mundo, o País das Maravilhas.

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Nesse lugar, Alice encontra personagens como a Duquesa, o Gato de Sonho, a Taturana, o Chapeleiro e a Lebre de Março. Conhece também a autoritária e irracional Rainha de Copas, que gosta de mandar seus soldados cortarem a cabeça de quem lhe desagrada. Por fim, Alice volta à realidade e percebe que tudo foi um sonho.

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Tópicos deste artigo

Resumo sobre Alice no País das Maravilhas

  • Alice no País das Maravilhas é um romance infantil do escritor inglês Lewis Carroll. 
  • A menina Alice está entediada quando vê um apressado Coelho Branco.
  • O coelho entra em uma toca, e Alice o segue, caindo lentamente em um buraco.
  • Ao chegar a um salão cheio de portas, Alice vê uma pequena chave que abre uma portinha.
  • Depois de beber certo líquido e comer certo bolo, ela encolhe ou estica, na tentativa de atravessar a porta.
  • De repente, o salão desaparece, e Alice se vê diante da casa do Coelho Branco.
  • A partir daí, ela conhece vários personagens estranhos, como a Duquesa, o Gato de Sorriso, a Taturana, a Lebre de Março e o Chapeleiro.
  • Vê uma porta em uma árvore e, ao abrir a porta, Alice volta ao salão e, dessa vez, consegue atravessar a portinha e entrar em um lindo jardim.
  • Ela então conhece a autoritária Rainha de Copas, que, a todo momento, manda que cortem a cabeça de alguém.
  • Durante o julgamento do Valete, que, supostamente, roubou uma torta da Rainha, Alice acaba sendo perseguida pelos soldados da monarca e acorda.
  • Ela estava sonhando e, ao acordar, volta ao mundo real, onde está a sua irmã.

Análise da obra Alice no País das Maravilhas

→ Personagens da obra Alice no País das Maravilhas

  • Águia
  • Bill, a lagartixa
  • Camundongo
  • Canário
  • Carangueja
  • Chapeleiro
  • Cinco
  • Coelho Branco
  • Cozinheira
  • Diná, a gata de Alice
  • Dodô
  • Dois
  • Duquesa
  • Gato de Sorriso
  • Gralha
  • Grifo
  • Irmã de Alice
  • Jabuti de Mentira
  • Lebre de Março
  • Pat
  • Pato
  • Peixe-Criado
  • Periquito
  • Pombo
  • Preguiça
  • Rainha de Copas
  • Rei de Copas
  • Sapo-Criado
  • Sete
  • Taturana
  • Valete de Copas

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→ Tempo da obra Alice no País das Maravilhas

O livro apresenta tempo cronológico. Já a época em que transcorre a ação não é mencionada, de forma a dar um aspecto de atemporalidade ao texto.

→ Espaço da obra Alice no País das Maravilhas

A ação se a no fictício País das Maravilhas.

→ Narrador da obra Alice no País das Maravilhas

A obra apresenta narrador onisciente, já que ele conhece os pensamentos e o mundo interior da protagonista.

→ Enredo da obra Alice no País das Maravilhas

Alice está sentada em um banco e entediada por não ter o que fazer. Ao seu lado, sua irmã lê um livro. Então, um Coelho Branco, de olhos cor-de-rosa, a correndo. O coelho está preocupado, pois está atrasado para algum compromisso. Alice segue o coelho, que entra em uma toca.

Ela então entra na toca e inicia uma demorada queda no buraco. Até que, “de repente: plunct! Aterrissou em um amontoado de gravetos e folhas secas. A queda havia chegado ao fim”. Avista o Coelho Branco e continua a seguir o animal até que o perde de vista. Então “chegou a um salão comprido e baixo, iluminado por uma fileira de lâmpadas penduradas no teto”.

Ali há muitas portas, todas trancadas. Percebe que há “uma mesa de três pés, toda feita de vidro e sobre a qual havia apenas uma chavezinha dourada”. Atrás de uma cortina na parede, há uma portinha, que é aberta pela chave. Do outro lado, há um lindo jardim. Alice vê uma garrafa em cujo rótulo de papel está escrita a palavra “beba-me”.

Ilustração original do livro “Alice no País das Maravilhas” em que Alice está com a garrafa “beba-me”.
Ilustração original do livro retratando o momento em que Alice vê garrafa com o rótulo de papel escrito “beba-me”.

Ao beber, Alice encolhe, diminui de tamanho. Mas esqueceu a chave dourada. Encontra um bolo bem pequeno, no qual está escrito, com groselha, a palavra “coma-me”. Então começa a esticar a ponto de bater a cabeça no teto do salão. Pega a chave, mas não pode ar pela porta. Alice chora. O Coelho Branco, todo apressado, aparece de novo.

Mas ele se assusta e parte, veloz. Depois de um tempo, Alice começa a encolher de novo, tudo culpa de um abanador que está ali. Nota que esqueceu a chave de novo e se afunda até o queixo em água salgada, as suas lágrimas. Um Camundongo aparece, nadando nas lágrimas de Alice. Além disso, a piscina de lágrimas está cheia de animais que caíram nela:

Já era hora de ir, pois a piscina estava ficando congestionada com os pássaros e animais que tinham caído nela: havia um Pato e um Dodô, um Periquito Arco-Íris, uma Águia e mais um punhado de bichos interessantes. Alice abriu caminho e toda a patota emplumada a seguiu até a beirada.

Por ela mencionar a Diná, sua gata, todos os bichos vão embora e deixam Alice ali sozinha. Mas o Coelho Branco volta novamente. Ele acha que ela é a empregada Mariana e lhe dá ordens. Além disso, “tudo parecia ter mudado desde o mergulho na piscina, e o grande salão, com a mesa de vidro e a portinha, desaparecera completamente”.

Ilustração original do livro “Alice no País das Maravilhas” em que Alice vê novamente o coelho.
Ilustração original do livro retratando o momento em que Alice vê novamente o coelho.

Na casa do coelho, Alice bebe o líquido de uma garrafinha. Sua cabeça fica enorme, e depois seu corpo cresce: “O crescimento continuou e, como última solução para não destruir a casinha, colocou o braço para fora da janela e encaixou o pé na chaminé”. Ao comer uns bolinhos, Alice começa a diminuir.

Foge de um cachorro e, ao descansar, percebe uma Taturana sobre um cogumelo. A Taturana está fumando narguilé. Depois de conversarem, a Taturana diz que um lado do cogumelo vai fazer Alice crescer, mas o outro lado vai fazer a menina diminuir. E vai embora, sem dizer de quais lados estava falando.

Ilustração original do livro “Alice no País das Maravilhas” em que Alice fala com a taturana.
Ilustração original do livro retratando o momento em que Alice fala com a taturana.

Assim, ao experimentar o cogumelo, Alice cresce e diminui até chegar à altura de vinte centímetros, quando se depara com uma casa de mais ou menos um metro de altura. O Peixe-Criado bate à porta, é atendido pelo Sapo-Criado. O peixe entrega ao sapo um convite e diz: “Para a Duquesa. Um convite da Rainha para jogar croqué”.

Depois, Alice abre a porta, entra e vai “parar em uma grande cozinha toda enfumaçada: a Duquesa estava sentada ao centro em um banco de três pés cuidando de uma bebê; a cozinheira, inclinada sobre o fogo, mexia um caldeirão aparentemente cheio de sopa”. Por causa da pimenta da sopa, Alice não para de espirrar.

A Duquesa espirra, o bebê espirra, só a cozinheira e um gato (que sorri todo o tempo) é que não espirram. A Duquesa joga o bebê para Alice cuidar, pois precisa se arrumar para o croqué com a Rainha. De repente, Alice percebe que a criança é uma porquinha e a deixa correr para o bosque.

Vê o Gato de Sorriso sentado no galho de uma árvore. O gato diz em que direção vive o Chapeleiro e a Lebre de Março. Menciona que ambos são completamente malucos. Por fim, o gato “desapareceu bem devagar. Primeiro a ponta do rabo, por último o sorriso, que permaneceu um tempo depois que o resto já tinha ido embora”.

Ilustração original do livro “Alice no País das Maravilhas” em que Alice fala com o Gato de Sorriso.
Ilustração original do livro retratando o momento em que Alice fala com o Gato de Sorriso.

A Lebre de Março e o Chapeleiro estão tomando chá e “uma preguiça dormia entre eles em sono profundo”. Apesar de a mesa ser grande, gritam que não há espaço quando veem Alice se aproximar. Mas Alice toma lugar à mesa mesmo assim. Depois de conversar com eles, Alice decide caminhar pelo bosque.

Ilustração original do livro “Alice no País das Maravilhas” em que Alice fala com o coelho, a Lebre de Março e o Chapeleiro.
Ilustração original do livro retratando o momento em que Alice fala com o Coelho, a Lebre de Março e o Chapeleiro.

Percebe que uma árvore tem uma porta. Ao abrir e entrar, está de novo no salão. Dessa vez, consegue abrir a portinha e entrar no lindo jardim. Encontra Dois, Cinco e Sete pintando de vermelho as rosas brancas. Se a Rainha descobrir que plantaram rosas brancas, ela manda lhes cortarem a cabeça.

A Rainha aparece, e os três jardineiros se jogam de cara no chão. Ao fazer uma pergunta a Alice, ela não gosta da resposta e manda que lhe cortem a cabeça. O Rei intercede por Alice. A Rainha manda cortarem a cabeça dos jardineiros. Mas Alice consegue esconder os jardineiros, que, assim, escapam de três soldados.

Alice se junta ao cortejo real. A partida de croqué começa: “Alice pensou que jamais veria um campo de croqué tão esquisito na vida: coberto de buracos e morrinhos, as bolas eram ouriços vivos, os tacos eram flamingos e os soldados tinham de se dobrar e apoiar os pés e mãos uns dos outros para formar os arcos”.

Ilustração original do livro “Alice no País das Maravilhas” em que ocorrem os preparativos para o julgamento.
Ilustração original do livro retratando os preparativos para o julgamento.

Alice reencontra a Duquesa. A Rainha manda o Grifo levar Alice até o Jabuti de Mentira, para escutar uma história. Alice, o Grifo e o Jabuti conversam até que alguém grita “O julgamento vai começar!”. O juiz é o Rei. O Coelho Branco lê a acusação, a mando do Rei:

— A Rainha fez umas tortas

Em um belo dia quente.

O Valete roubou as tortas

E fugiu sorridente!

Testemunhas são interrogadas, e, por fim, Alice é chamada como testemunha. Quando Alice critica o julgamento, a Rainha manda cortarem sua cabeça. Então, acontece o seguinte:

— Quem liga pra vocês? — respondeu Alice (ela tinha voltado ao seu tamanho normal a essa hora). — Vocês não am de um baralho!

Foi então que o carteado todo se jogou para cima e desceu voando em direção a ela. Alice gritou, meio de medo meio de nervoso. Tentou obstruí-los e viu-se deitada no banco, com a cabeça no colo de sua irmã, que delicadamente retirava folhas mortas que pousaram das árvores no rosto de Alice.

Então Alice conta para a irmã todos os detalhes do sonho que teve.

e também: Sítio do Picapau Amarelo — uma série de livros infantis do escritor brasileiro Monteiro Lobato

Características da obra Alice no País das Maravilhas

→ Estrutura da obra Alice no País das Maravilhas

O livro Alice no País das Maravilhas é composto por doze capítulos, assim intitulados:

  • Dentro da toca do coelho
  • Uma piscina de lágrimas
  • A corrida maluca e uma história caudalosa
  • Bill, a lagartixa-bala
  • Conselhos de uma taturana
  • Porca e pimenta
  • Um chá das cinco muito louco
  • O croqué da rainha
  • A história do jabuti de mentira
  • A quadrilha das lagostas
  • Quem roubou as tortas?
  • As evidências de Alice

→ Estilo literário da obra Alice no País das Maravilhas

Alice no País das Maravilhas faz parte da literatura infantil inglesa e, portanto, não está inserida em nenhum estilo de época. A obra é caracterizada por nonsense, elementos fantásticos e ironia. Também é destaque na narrativa a presença de neologismos e trocadilhos.

Contexto histórico da obra Alice no País das Maravilhas

A história da obra Alice no País das Maravilhas não está associada a um tempo específico, de forma que é atemporal.

Por sua vez, o contexto de produção da obra é o período vitoriano, em que a Inglaterra foi governada pela rainha Vitória, de 1837 até 1901. A Era Vitoriana foi marcada pelo enriquecimento do país, fruto da exploração colonialista e da industrialização, mas também enfrentou grande desigualdade social.

Nesse período de incentivo à produção cultural, a literatura adulta acabou assumindo um viés realista. Porém, historicamente, a literatura infantil esteve sempre associada a elementos imaginativos ou fantásticos, de forma a subverter a ideia de realidade, apesar de, às vezes, por trás do lúdico, tratar de elementos como o abuso de poder, representado pelas atitudes da Rainha de Copas.

Ideia principal de Alice no País das Maravilhas

A obra infantil Alice no País das Maravilhas contrapõe o sonho à realidade e coloca em evidência o que é absurdo. Portanto, a estranheza presente no sonho de Alice pode também estar associada à estranheza presente no mundo real, já que fatos absurdos também acontecem na realidade.

Assim, acontecimentos absurdos, por meio da repetição, atingem a normalidade, e, por isso, raramente são questionados. Alice, no sonho, é uma personagem questionadora, já que não está habituada aos elementos normalizados naquele mundo onírico. Portanto, se prestarmos atenção, descobriremos que certos costumes, crenças e atitudes normalizados em nossa realidade talvez devessem ser questionados.

Frases de Alice no País das Maravilhas

  • “Tudo tem uma moral, basta você encontrá-la.”
  • “Após tantos acontecimentos excepcionais, Alice começou a pensar que pouquíssimas coisas eram, de fato, impossíveis.”
  • “Para que serve um livro sem figuras nem diálogos?”
  • “Alice já estava tão habituada a esperar acontecimentos bizarros que parecia bem estúpido ver a vida acontecer do jeito normal.”
  • “[O gato] tinha patas bem longas e um montão de dentes, o que a fez sentir que ele deveria ser tratado de maneira respeitosa.”
  • “Se eu não sou mais a mesma, a pergunta inevitável é: quem, neste mundo, eu sou?”
  • “Não faz sentido falar de ontem, porque eu era uma outra pessoa.”
  • “Se cada um cuidasse da própria vida, o mundo giraria bem mais depressa.”
  • “A melhor maneira de explicar é fazendo.”
  • “Você vai chegar a algum lugar. Para isso basta caminhar.”

Lewis Carroll, autor de Alice no País das Maravilhas

Fotografia de Lewis Carroll, autor de “Alice no País das Maravilhas”.
Lewis Carroll é o autor de Alice no País das Maravilhas.

Lewis Carroll é o autor de Alice no País das Maravilhas. Ele nasceu em Daresbury, na Inglaterra, no dia 27 de janeiro de 1832. Foi educado em casa pelo seu pai, que era professor e reverendo. Desde criança, o autor gostava de ler e escrever. Também apreciava jogos e adivinhas. Durante cerca de cinco anos, estudou em internatos. E, por gaguejar, foi alvo de bullying.

Mais tarde, ingressou na Faculdade Christ Church, em Oxford. Em seguida, tornou-se professor de Matemática dessa instituição de ensino. Publicou Alice no País das Maravilhas em 1865, e o sucesso foi estrondoso. O autor morreu em 14 de janeiro de 1898, em Guildford.

Crédito de imagem

[1] Ciranda Cultural (reprodução)

Fontes

BARBOSA, Mariana de Oliveira Lopes. Era Vitoriana. Disponível em: /historiag/era-vitoriana.htm.

CARROLL, Lewis. Alice no país das maravilhas. Tradução de André Cristi. São Paulo: Instituto Mojo de Comunicação Intercultural, 2019.

RODRIGUES, Lúcia Cristina. Lewis Carroll e os paradigmas educativos vitorianos. 2006. Dissertação (Mestrado em Estudos Ingleses) – Universidade Aberta, Lisboa, 2006.

SANTOS, Luciana. Jabberwocky, de Lewis Carroll: uma análise das variações linguísticas sob a luz da teoria da tradução. Olho d’água, São José do Rio Preto, v. 11, n. 2, jun./ dez. 2019.

WOLF, Jenny. O mistério de Lewis Carroll. Tradução de Ana Carolina Aguiar. São Paulo: Instituto Mojo de Comunicação Intercultural, 2019.

Capa do livro “Alice no País das Maravilhas”, de Lewis Carroll, publicado pelo Grupo Ciranda Cultural.
Capa do livro Alice no País das Maravilhas, de Lewis Carroll, publicado pelo Grupo Ciranda Cultural.[1]
Escritor do artigo
Escrito por: Warley Souza Professor de Português e Literatura, com licenciatura e mestrado em Letras pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG).
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SOUZA, Warley. "Alice no País das Maravilhas"; Brasil Escola. Disponível em: /literatura/alice-no-pais-das-maravilhas.htm. o em 06 de junho de 2025.
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