O Dia de Tiradentes, celebrado em 21 de abril, consta no calendário brasileiro como uma homenagem a Tiradentes, personagem de nossa história que ficou conhecido por ter sido enforcado pela sua participação na conspiração que foi planejada contra a Coroa portuguesa, a Inconfidência Mineira. 4s4h5q
Esse dia foi estabelecido como feriado nacional por meio de um decreto emitido em 1890 e reafirmado como feriado nacional por meio de uma lei de 2002. O feriado a Tiradentes foi parte da iniciativa dos defensores da república, na década de 1890, de estabelecer Tiradentes como um herói nacional e grande defensor da república.
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O dia de Tiradentes é celebrado em 21 de abril.
Esse dia foi estabelecido como uma homenagem a Tiradentes, figura que participou ativamente da Inconfidência Mineira, no século XVIII.
Sua figura foi transformada pelos defensores da república logo após a proclamação, em 1889.
O dia de sua morte foi transformado em feriado por meio de um decreto de 1890. Atualmente, uma lei de 2002 reconhece o dia como feriado nacional.
Uma das representações mais conhecidas da morte de Tiradentes é o quadro Tiradentes esquartejado, de Pedro Américo.
O dia 21 de abril é um feriado nacional que homenageia Tiradentes, um militar que fez parte da liderança do movimento da Inconfidência Mineira, que ocorreu no Brasil na época colonial. Tiradentes ou a ser visto como uma figura heroica logo após a Proclamação da República, pois foi considerado um mártir dessa causa. Ele foi morto em 21 de abril de 1792, e o dia de sua morte foi decretado como feriado a partir de 1890. Tiradentes é reconhecido como um herói nacional.
“Tiradentes” era o apelido de Joaquim José da Silva Xavier, um alferes (cargo militar da época colonial) que também exerceu a profissão de dentista. Tiradentes participou ativamente da Inconfidência Mineira e foi um dos principais articuladores desse movimento, que ocorreu entre os anos de 1788 e 1789 e que, entre outros dessa época, contestava o poder que a Coroa portuguesa exercia sobre o Brasil Colônia.
Os inconfidentes de Minas Gerais, com exceção de poucos, geralmente integravam a elite cultural e social daquela região (como era o caso do poeta Tomás Antônio Gonzaga), ocupavam postos militares ou exerciam profissões liberais, como no caso de Tiradentes. O que dava unidade ao grupo eram ideias como a de liberdade e igualdade (embora de uma maneira bastante limitada), além do anseio pela emancipação e independência com relação à Coroa portuguesa.
O estopim dos planos de insurgência contra o governo local em Minas ocorreu após a cobrança compulsória de impostos sobre a produção aurífera e sobre os rendimentos da população. Apesar de terem uma organização bem elaborada, os inconfidentes acabaram sendo delatados por Joaquim Silvério dos Reis, que devia tributos à Coroa.
Todos os inconfidentes foram presos. Tiradentes foi apanhado no Rio de Janeiro. O processo estabelecido contra eles e os subsequentes julgamentos e sentenças só terminaram em 1792, no dia 18 de abril. Os principais líderes foram expulsos do país, exceto Tiradentes.
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Diferentemente do que aconteceu aos demais líderes inconfidentes, Tiradentes foi enforcado no dia 21 de abril de 1792 ao som de discursos que louvavam a rainha de Portugal. Seu corpo foi esquartejado, e sua cabeça, exibida na praça principal da cidade de Ouro Preto.
Os historiadores apontam que o papel realizado por Tiradentes como articulador do movimento político e arregimentador de apoiadores foi crucial para que as autoridades coloniais estabelecessem a ele uma punição mais rigorosa.
O dia da morte de Tiradentes por muito tempo foi visto como o dia em que um rebelde foi morto, como típico exemplo de retaliação absolutista. Após a independência, a imagem de Tiradentes ainda permaneceu esquecida, pois sua execução havia sido autorizada por D. Maria, avó de D. Pedro I e bisavó de D. Pedro II, imperadores do Brasil.
Entretanto, após a Proclamação da República, a imagem de Tiradentes começou a ser recuperada. Isso foi entendido pelos historiadores como uma ação dos defensores da república de construir heróis nacionais e estabelecer figuras históricas que pudessem ser heroificadas e transformadas em símbolos da causa republicana. Tiradentes ou a ser visto como um dos heróis da nação ou como um dos que primeiro lutaram (até a morte) pela liberdade.
A transformação da imagem de Tiradentes em herói e mártir foi acompanhada de iniciativas que o retratavam de uma maneira muito semelhante a como Jesus era representado. Alguns artistas brasileiros incorporaram essas características em suas obras. Um dos trabalhos artísticos mais conhecidos sobre a morte de Tiradentes é o de Pedro Américo, criada em 1893.
Inicialmente, a obra foi chamada de Tiradentes supliciado, mas o nome que a tornou popular foi Tiradentes esquartejado. A peça possui mais de 2,50 metros de altura e não foi feita por encomenda. A princípio, foi considerada chocante. Atualmente, está exposta em um museu da cidade de Juiz de Fora, em Minas Gerais.
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Com a proclamação da República, Tiradentes foi convertido em um mártir e herói nacional. Com isso, o dia de sua morte transformado em feriado por meio do Decreto nº 155-B, em 14 de janeiro de 1890.
Entretanto, em 1930, o dia da morte de Tiradentes deixou de ser feriado e só foi restabelecido como feriado em 1933. A data deixou de ser feriado também em 1949 e foi restabelecida novamente como tal durante a Ditadura Militar.
Isso aconteceu por meio da Lei nº 4.897, de 9 de dezembro de 1965, portanto durante o governo de Humberto Castello Branco. Por meio dessa lei, a data foi instituída como feriado, e Tiradentes foi reconhecido como patrono cívico do Brasil, sendo o dia dedicado honorificamente a essa figura.
O Dia de Tiradentes foi ratificado como feriado nacional por meio da Lei nº 10.607, de 19 de dezembro de 2002. Essa lei estabelece sete feriados nacionais no Brasil, sendo que o dia 21 de abril é um deles.
Créditos da imagem
Por Daniel Neves Silva e Cláudio Fernandes
Professores de História
Fonte: Brasil Escola - /datas-comemorativas/tiradentes.htm