Alguns dos direitos da mulher são a igualdade de gênero, a proteção contra a violência, o o à educação e ao mercado de trabalho em condições de equidade, saúde e direitos reprodutivos. A luta por esses direitos remonta ao movimento sufragista do século XIX e evolui até os dias de hoje, abrangendo pautas como igualdade salarial, liberdade reprodutiva e combate à violência de gênero. Essa trajetória de conquistas é evidenciada por uma cronologia que inclui desde o direito ao voto e a implementação de leis contra violência até a tipificação do feminicídio. 2r2hw
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Os principais direitos das mulheres estão relacionados a:
Esses direitos visam combater a desigualdade de gênero em todas as esferas da sociedade. No campo da educação e do trabalho, o direito à igualdade salarial é um exemplo central, buscando garantir que homens e mulheres sejam remunerados de forma equitativa para funções similares.
Os direitos reprodutivos incluem a possibilidade de o a métodos contraceptivos e ao aborto seguro em determinadas circunstâncias, respeitando a autonomia sobre o próprio corpo. No que se refere à saúde, além da atenção básica, há a demanda por um sistema que priorize as questões específicas das mulheres, como a saúde materna e o combate à violência obstétrica.
A segurança contra a violência também é um direito fundamental, abarcando leis e serviços que protejam contra agressões domésticas, assédio sexual e outros tipos de violência de gênero.
A luta pelos direitos das mulheres é um processo histórico que remonta aos movimentos sufragistas do século XIX, que inicialmente focavam o direito ao voto. A partir da metade do século XX, novas pautas foram incorporadas, incluindo a liberdade reprodutiva, o direito à educação e trabalho em condições de igualdade.
Essa luta se intensificou nas décadas de 1960 e 1970, com o surgimento do feminismo moderno, que trouxe à tona questões como a igualdade salarial, o direito ao divórcio, o controle sobre o próprio corpo e a luta contra a violência doméstica.
Atualmente, os movimentos feministas continuam a se expandir, incluindo discussões sobre interseccionalidade, que consideram fatores como raça e classe e influenciam a experiência das mulheres com a discriminação. Essa luta é caracterizada por ações legislativas, campanhas de conscientização, protestos e um trabalho contínuo de educação para sensibilizar a sociedade sobre as desigualdades enfrentadas.
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A Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) brasileira garante diversos direitos específicos às mulheres no mercado de trabalho. Entre eles está o direito à licença-maternidade, que é de 120 dias, com possibilidade de ampliação para 180 dias em empresas que aderem ao Programa Empresa Cidadã.
A CLT também estabelece normas para a proteção das trabalhadoras em condições insalubres, especialmente durante a gravidez e amamentação, além de especificar períodos de descanso para lactantes. Outro direito é a estabilidade provisória no emprego, assegurada desde a confirmação da gravidez até cinco meses após o parto.
Além disso, a CLT proíbe a prática de qualquer discriminação baseada no gênero, buscando garantir que as mulheres tenham as mesmas oportunidades que os homens, embora ainda existam desafios quanto à aplicação prática dessa igualdade.
Diversas leis foram criadas ao longo dos anos para proteger e promover os direitos das mulheres, combatendo práticas de violência e discriminação. A Lei Maria da Penha (Lei nº 11.340/2006) é uma das mais notórias, estabelecendo medidas protetivas para vítimas de violência doméstica.
Em 2015, a Lei do Feminicídio (Lei nº 13.104) alterou o Código Penal para tipificar o assassinato de mulheres por causa do gênero como crime hediondo. Existem também leis voltadas para a igualdade no ambiente de trabalho, como a Lei da Igualdade Salarial (Lei nº 1.060/2021), que visa garantir que mulheres recebam remuneração equivalente aos homens em funções similares.
Outras legislações, como a Lei de Importunação Sexual (Lei nº 13.718/2018), ajudam a combater o assédio e a proteger as mulheres em espaços públicos e privados. Todas essas leis representam avanços, embora a efetividade de sua aplicação ainda enfrente desafios.
No Brasil, os direitos das mulheres são garantidos pela Constituição Federal de 1988, que estabelece a igualdade de todos perante a lei e proíbe qualquer discriminação em razão de gênero. Além disso, o país tem legislação específica para assegurar a proteção e os direitos das mulheres em diversos aspectos.
No contexto de violência doméstica, o Brasil possui uma rede de serviços de apoio às vítimas, incluindo abrigos, atendimento psicológico e jurídico. No campo trabalhista, além dos direitos previstos na CLT, a legislação brasileira também oferece garantias de saúde, como o direito ao pré-natal gratuito pelo Sistema Único de Saúde (SUS).
Em relação à política, o Brasil implementou cotas para incentivar a participação feminina nas candidaturas, visando a uma maior representatividade nos espaços de decisão. Apesar dos avanços, as mulheres brasileiras ainda enfrentam desafios relacionados à violência, desigualdade salarial e o aos direitos básicos, exigindo políticas públicas contínuas para assegurar a igualdade de gênero.
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Internacionalmente, os direitos das mulheres são protegidos por diversos tratados e convenções, como a Convenção sobre a Eliminação de Todas as Formas de Discriminação contra a Mulher (CEDAW), que foi adotada pela ONU em 1979. Esse tratado estabelece padrões mínimos para garantir que as mulheres tenham igualdade de direitos em todas as esferas, incluindo o direito ao voto, ao trabalho e à educação.
Em vários países, as mulheres têm o à licença-maternidade remunerada, proteções contra violência de gênero e o direito ao aborto em situações específicas. Entretanto, em diversas regiões do mundo, as mulheres ainda enfrentam restrições severas. Em alguns países do Oriente Médio, por exemplo, a liberdade de movimentação e o o ao trabalho das mulheres são limitados por normas religiosas e culturais.
Em outras partes da Ásia e da África, a prática de mutilação genital feminina é uma violação frequente aos direitos das mulheres, apesar das tentativas de erradicação por organizações de direitos humanos. A luta pelos direitos das mulheres é, portanto, um esforço global, mas com desafios variados, que requerem soluções específicas para cada contexto cultural e legal.
Créditos das imagens
[1] Tolga Ildun / Shutterstock
Fontes
EDITORA SARAIVA. Manual de direito da mulher: linha direito, diversidade e cidadania. 1. ed. São Paulo: Saraiva Jur, 2013.
NERY, Ana Luiza Barreto de Andrade Fernandes; FRANÇOSO, Thais Folgosi. Direitos das mulheres. 1. ed. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2023. 344 p.
Fonte: Brasil Escola - /sociologia/direitos-da-mulher.htm