O cometa Halley é um cometa periódico que faz a sua agem pelo planeta Terra a cada 76 anos em média. Foi o astrônomo britânico Edmond Halley (1656-1742) quem primeiro identificou essa propriedade do cometa e previu corretamente a próxima data de retorno, motivos que levaram à nomeação do cometa em sua homenagem. A última aparição do cometa Halley aconteceu no ano de 1986, quando ele esteve a 63 milhões de quilômetros de distância da Terra. Segundo a Nasa, o Halley estará mais uma vez visível nos céus no ano de 2061. 43q4f
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O cometa Halley, oficialmente 1P/Halley, é um cometa periódico cuja órbita em torno do Sol tem duração média de 76 anos.
Sua periodicidade foi descoberta pelo astrônomo britânico Edmond Halley no século XVIII.
Há registros de avistamento do cometa Halley desde, pelo menos, o século II a.C.
Apresenta núcleo rochoso, com 15 quilômetros de comprimento e 8 de altura e largura.
Reflete somente 3% da luminosidade que recebe do Sol.
Os fragmentos rochosos que se separam do cometa Halley formam chuvas de meteoros conhecidas como Eta Aquáridas e Oriônidas.
A última aparição do cometa Halley aconteceu em 1986. Essa agem proporcionou novos estudos e descobertas acerca do comportamento e estrutura do cometa.
Sua próxima aparição acontecerá no ano de 2061.
A última aparição do cometa Halley aconteceu no ano de 1986. A partir do final de 1985, o cometa já se encontrava muito próximo do planeta Terra, e essa maior aproximação aconteceu entre fevereiro e abril de 1986. De acordo com dados da Nasa, o cometa Halley esteve a 63 milhões de quilômetros de distância da Terra no mês de abril daquele ano e foi observado principalmente nas terras do Hemisfério Sul.
Essa agem foi uma grande oportunidade para que os astrônomos e as agências espaciais de todo o mundo pudessem observar e estudar o cometa Halley mais de “perto”, o que representou um marco na ciência astronômica. A sonda Giotto, da ESA, foi o veículo que mais conseguiu se aproximar do núcleo do cometa e produzir imagens da sua superfície.
A próxima aparição do cometa Halley acontecerá no ano de 2061. De acordo com a Nasa, o cometa atingirá o ponto mais próximo do Sol no dia 27 de julho de 2061.
Oficialmente conhecido como 1P/Halley, o cometa Halley é o cometa mais famoso da história da Astronomia. O núcleo desse corpo celeste possui dimensões de 15 km por 8 km, sendo aproximadamente dez vezes menor do que o cometa Bernardinelli-Bernstein, um dos maiores já identificados. Além disso, o núcleo do cometa Halley tem densidade de cerca de 0,6g/cm³, o que indica a presença de uma estrutura sólida e que pode apresentar poros no seu interior.
Apesar de receber luz solar, o cometa Halley reflete apenas 3% de toda a luminosidade que o intercepta. Por essa razão, a Nasa caracteriza esse corpo celeste como um dos mais escuros ou menos reflexivos do Sistema Solar.
Diferentemente de outros cometas, o Halley desempenha uma órbita regular e bem definida em torno do Sol, com circunferência de 12,2 bilhões de quilômetros. O período orbital do cometa Halley é de 76 anos em média, tendo variado entre 74,4 e 79,2 anos ao longo da sua história conhecida. É nos momentos em que ele está mais próximo do Sol (periélio) que conseguimos observar a sua presença da superfície da Terra.
É justamente por esse movimento orbital e pelas aparições em um intervalo regular de tempo que o cometa Halley é classificado como um cometa periódico. Essa característica está indicada em seu nome oficial pela letra P.
O retorno do cometa Halley para a região interna do Sistema Solar provoca chuva de meteoros, um fenômeno que acontece em função da perda de material como fragmentos de rocha e de gelo do núcleo do cometa. As chuvas de meteoro provocadas pelo cometa Halley acontecem duas vezes ao ano:
Eta Aquáridas: acontece entre abril e maio. No seu auge, registrado em maio, é possível contar de 10 a 30 meteoros por hora.
Oriônidas: acontece entre setembro e novembro, com pico de meteoros em outubro. A contagem chega a 15 meteoros por hora.
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O cometa Halley é visível nos céus desde o século III a.C. Segundo a Agência Espacial Europeia (ESA, na sigla em inglês), a primeira aparição desse corpo celeste aconteceu no ano de 239 a.C. Diversos outros estudos produzidos por astrônomos chineses e de outras partes do mundo indicam a observação do cometa Halley em períodos distintos da Antiguidade, como aconteceu em 466 a.C., 164 a.C. e no ano de 87 da era comum. Civilizações como os babilônios chegaram a registrar o avistamento do que, séculos mais tarde, foi identificado como sendo o cometa Halley.
Na Idade Média e no início da Idade Moderna, também houve a aparição do cometa Halley, o que foi gravado em artes de tapeçaria, na pintura, na literatura e em diferentes estudos astronômicos. No entanto, até o século XVIII, havia a crença de que se tratavam de corpos celestes distintos e, portanto, casos isolados.
Foi em 1705, com o astrônomo britânico Edmond Halley (1656-1742), que a percepção acerca do comportamento desse cometa e o entendimento sobre esses astros se transformou. Halley se baseou nas teorias do movimento dos planetas e da gravitação, de Isaac Newton, para calcular a órbita de cometas que teriam aparecido em momentos distintos da história (1531, 1607 e 1682), propondo que não se tratava de corpos distintos, mas sim de um único cometa. Além disso, Edmond Halley indicou que o cometa em questão faria uma nova aparição no ano de 1758, exatamente 76 anos após a sua última agem pela Terra.
A teoria do astrônomo se confirmou no ano indicado, revolucionando a ciência astronômica. O cometa foi batizado em sua homenagem, tendo sido o primeiro cometa periódico a ser assim classificado. Com a descoberta, foi possível fazer a identificação de outros cometas com as mesmas características do Halley, além de prever novas agens desse que se tornou o cometa mais famoso da história.
O Brasil foi um dos países de onde era possível observar o cometa Halley em sua última aparição. De modo geral, esse corpo celeste foi melhor visualizado no Hemisfério Sul do que no Hemisfério Norte, e muitos astrônomos e amantes da Astronomia viajaram para essa região do planeta para melhor aproveitarem a agem do Halley.
No Brasil, o cometa Halley apareceu mais brilhante no mês de abril. Ainda assim, o período em que pôde ser melhor observado foi durante a madrugada. Além disso, a poluição atmosférica e as luzes das cidades impediram a observação do cometa em muitos locais, tornando a experiência bastante frustrante para uma parte da população.
Apresenta massa de 2,2 x 1014 kg, valor esse que tem diminuído com o ar do tempo. A redução da massa acontece porque o cometa Halley perde de 1 a 3 metros de material do seu núcleo a cada órbita completa em torno do Sol.
Em um dos pontos mais distantes do Sol (afélio), o cometa Halley ou atrás do planeta Netuno. Isso aconteceu no ano de 1948, quando se distanciou 5,27 bilhões de quilômetros da estrela.
Realiza órbita retrógrada, no sentido contrário ao movimento de translação da Terra e dos demais planetas, tendo ainda uma inclinação de 18° com relação ao Sol.
A velocidade com que se move é variável. No seu ponto mais distante do Sol, o cometa Halley se desloca a aproximadamente 0,6 km/s. Já no periélio registrado em 1986, a velocidade era de 54,55 km/s, segundo a NASA.
O ano de 2023 marca, novamente, o afélio do cometa Halley e seu movimento de retorno para mais próximo do Sol, chegando ao ponto de menor distância em 2061.
Uma pessoa pode ver o cometa Halley nos céus até duas vezes durante a sua vida.
O cometa Halley aparece representado na Tapeçaria de Bayeux, produzida na Inglaterra durante do século XI. A cena retratada é da agem do cometa no ano de 1066 e antecede a invasão da Inglaterra por Guilherme I, mais conhecido como Guilherme, o Conquistador.
Créditos de imagem
[1] ESA / MPS / Wikimedia Commons (reprodução)
Por Paloma Guitarrara
Professora de Geografia
Fonte: Brasil Escola - /geografia/cometa-halley.htm