A Primeira Guerra Mundial é tida por muitos historiadores como o acontecimento mais catastrófico dos últimos tempos. Isso porque a ruptura que essa guerra provocou com toda a estrutura civilizacional de antes dela não teve precedentes. Igualmente sem precedentes foi o número de mortos, bem como o impacto destrutivo por ela provocado. 5q56s
O avanço tecnocientífico aplicado à indústria bélica contribuiu muito para esse potencial devastador. Bombas, metralhadoras, morteiros e armas químicas, como o gás mostarda (ou iperita), estiveram entre as invenções tecnológicas empregadas com eficiência mortal na Primeira Guerra. Mas outras invenções, no âmbito dos transportes, também foram bastante impactantes, como o avião e os carros de combate blindados, que ficaram conhecidos como “tanques de guerra”. O primeiro desses tanques a entrar em combate foi o britânico Mark I.
Os primeiros veículos de combate blindados foram desenvolvidos nos primeiros anos do século XX como modelos de carros comuns, de quatro rodas, como o Rolls Royce, revestidos por uma couraça de metal e armados com metralhadoras. Um desses carros foi o alemão Austro-Daimler Panzerwagen, de 1904. Entretanto, esses modelos não foram aplicados de forma plena nos primeiros meses da Primeira Guerra, já que não possuíam as características necessárias para objetivos como: transpor obstáculos, tanto naturais quanto edificados, e ser armado com artilharia pesada: canhões.
Partindo do modelo do Rolls Royce blindado, da Royal Naval Air Service, fabricado em 1914, o então lorde do Almirantado Britânico, Winston Churchill, que depois se tornaria primeiro-ministro da Inglaterra, autorizou um projeto intitulado Landships Committe a produzir um novo protótipo de carro de combate britânico. Ao contrário dos modelos anteriores, esse protótipo, testado em 6 de setembro de 1915, não era mais a adaptação de um carro comum para o combate, mas a criação de um carro específico para a guerra. O nome recebido foi “Little Willie” e, em vez de quatro rodas, possuía duas esteiras rolantes de metal (como as de tratores), também blindadas, o que possibilitava melhor locomoção por locais íngremes e mais resistência a ataques inimigos.
O “Little Willie” abriu caminho para modelos cada vez mais resistentes e dinâmicos. O mais eficiente desses modelos, Mark I, foi levado a combate no dia 15 de setembro de 1916 durante a Batalha de Somme, que foi travada próximo ao rio Somme, na França. Duas unidades do britânico Mark I transpam, nesse dia, as trincheiras alemãs, supervisionadas pelo capitão H.W. Mortimore, da Royal Navy.
Como seu antecessor, o Mark I era uma arma secreta, que ainda não havia sido mostrada a nenhuma outra nação. A surpresa dos combatentes alemães ao verem os dois “monstros gigantes” (como foram descritos à época) foi imensa. Eles pesavam 28 toneladas e mediam mais de 9 metros de comprimento por 4 de largura e 2,5 m de altura. Comportavam 8 homens em seu interior, que operavam dois canhões do lado direito e quatro metralhadoras do lado esquerdo.
Por Me. Cláudio Fernandes
Fonte: Brasil Escola - /guerras/mark-i-primeiro-tanque-guerra-historia.htm