A perestroika e glasnost foram duas iniciativas do governo de Mikhail Gorbachev para promover amplas reformas políticas e econômicas na União Soviética. Gorbachev foi o último secretário-geral da União Soviética, encontrando o país em uma situação econômica e política crítica. Buscou promover reformas para superar essa situação.
A perestroika, que significa restruturação, foi uma iniciativa que buscava abrir a economia da União Soviética para o mercado, reduzindo o controle do Estado sobre a economia e permitindo que a economia asse por uma abertura ao capital estrangeiro. Já a glasnost, que significa transparência, procurou promover uma abertura política e democrática da União Soviética.
Leia também: Guerra Fria — o conflito indireto entre URSS e EUA
Tópicos deste artigo
- 1 - Resumo sobre a perestroika e glasnot
- 2 - Videoaula sobre perestroika e glasnot
- 3 - O que foram a perestroika e a glasnost?
- 4 - Contexto histórico da Perestroika e Glasnost
- 5 - Objetivos da Perestroika e Glasnost
- 6 - Consequências da perestroika e glasnost
- 7 - Por que a Perestroika e Glasnost não deram certo?
- 8 - Exercícios sobre perestroika e glasnost
Resumo sobre a perestroika e glasnot
-
A perestroika e glasnost foram iniciativas do governo de Mikhail Gorbachev.
-
Ambas buscavam promover reformas econômicas e políticas na União Soviética.
-
O governo de Gorbachev adotou essas reformas para tentar superar a crise econômica e política que assolava a União Soviética na década de 1980.
-
A perestroika foi uma reforma econômica que procurou desestatizar a economia soviética, abrindo-a ao mercado.
-
A glasnost foi uma reforma política que buscou promover uma democratização da União Soviética.
Videoaula sobre perestroika e glasnot
O que foram a perestroika e a glasnost?
A perestroika e a glasnost foram duas iniciativas voltadas para a economia e política da União Soviética, sendo estabelecidas durante o governo de Mikhail Gorbachev, conhecido por ter sido o último secretário-geral, isto é, governante, desse país antes de sua dissolução. As duas medidas foram tomadas por Gorbachev como forma de lidar com a crise política e econômica que afetava a União Soviética no final da década de 1980.
![Mikhail Gorbachev acenando, governante foi o responsável pela perestroika e glasnost. [imagem_principal]](https://image.staticox.com/?url=https%3A%2F%2Fs3.static.brasilescola-uol-br.comunicamaranhao.com%2Fbe%2F2025%2F05%2Fgorbachev.jpg)
As duas medidas tentaram promover uma certa abertura da política e economia soviéticas, enfraquecendo um pouco a centralização que havia no país. No caso da perestroika, o governo soviético procurou abrir a economia, introduzindo medidas liberalizantes, no sentido de permitir que a economia soviética se abrisse a investimentos e ao mercado internacional.
A glasnost, por sua vez, foi uma iniciativa de abertura política, combatendo práticas de censura e incentivando a população a manifestar-se pública e criticamente ao governo, propondo soluções para os problemas que assolavam o país. Além disso, essa iniciativa procurava enfraquecer a centralização de poder do partido, estabelecendo mais transparência nas ações tomadas.
Contexto histórico da Perestroika e Glasnost
A perestroika e glasnost foram dois projetos implantados pelo governo de Gorbachev, o último secretário-geral a governar a União Soviética, estando no poder de 1985 a 1991. Gorbachev assumiu a União Soviética em um contexto crítico, pois o país enfrentava enormes problemas econômicos, travava uma guerra impopular e possuía uma população cada vez mais insatisfeita.
Gorbachev assumiu o poder com a disposição de promover diversas reformas para manter a União Soviética de pé. Na década de 1980, a União Soviética encontrava-se em uma situação delicadíssima. A economia soviética estava em uma crise acentuada, com o país acumulando déficits por conta dos gastos elevados.
A economia soviética era dependente da exportação de petróleo e, devido à redução no preço dessa commodity no mercado internacional, o faturamento soviético começou a despencar. Além disso, a agricultura soviética sofria com baixo rendimento, forçando o governo a exportar grãos do mercado exterior. O governo soviético também via sua economia sangrar com os gastos excessivos da Guerra do Afeganistão.
Politicamente também havia uma forte insatisfação popular com o governo soviético, principalmente por conta do fraco desempenho da economia soviética. A centralização de poder, as medidas repressivas e outras práticas do governo soviético causavam insatisfação na população. Gorbachev, diante desse cenário adverso, propôs então algumas reformas para a União Soviética.
Leia também: Primavera de Praga — a tentativa de reforma que foi reprimida pela URSS
Objetivos da Perestroika e Glasnost
Durante o seu governo, Gorbvachev estabeleceu a perestroika, que significa “restruturação”, como parte de suas reformas econômicas. A perestroika tinha como grande objetivo promover a reconstrução da economia soviética, retirando o país da crise em que estava afundado. Para que isso fosse possível, Gorbachev reduziu gastos com a Guerra do Afeganistão, começou a negociar o desarmamento do país e ou a defender algumas mudanças vistas por ele como fundamentais para a economia soviética, tais como:
-
abertura da economia soviética para investimentos e empresas estrangeiros;
-
permissão para a existência de empresas privadas;
-
concessão de autonomia para o funcionamento das empresas;
-
redução do planejamento econômico estatal;
-
corte de subsídios do governo a diversas mercadorias.
Além do campo econômico, Gorbachev promoveu a glasnost, termo que é traduzido como “transparência”. A glasnost procurou enfraquecer o centralismo democrático herdado do leninismo (ideia de que o partido centralizava todas as ações do governo), para promover o “pluralismo socialista”. Gorbachev estabeleceu um sutil processo de democratização do governo soviético, abrindo a possibilidade de eleições internas para posições importantes.
Além disso, ele também incentivou o fim da censura, estabelecendo liberdade de imprensa e a liberdade de expressão para a população soviética. O estabelecimento da imprensa livre abriu espaço para que denúncias contra o regime, em governos ados e no governo atual, fossem realizadas, o que enfraqueceu a posição do regime soviético.
A glasnost também concedeu anistia a presos políticos, promoveu liberdade religiosa e colocou fim à censura a diversos livros. A abertura democrática contribuiu para que o governo de Gorbachev fosse amplamente criticado pela população, insatisfeita com a condição do país.
Consequências da perestroika e glasnost
A perestroika e glasnost foram implantadas por Gorbachev visando reformar e reestruturar o regime soviético para permitir que ele saísse da crise política, econômica e social em que estava inserido, dando força ao regime. Entretanto, as reformas não foram suficientes para tirar a União Soviética dessa posição.
Os historiadores apontam que isso aconteceu, em grande parte, porque as lideranças do Partido Comunista da União Soviética não estavam realmente comprometidos com as reformas. Além disso, como as reformas não tiveram o impacto esperado, a pressão sobre o governo de Gorbachev aumentou drasticamente.
No fim, os historiadores apontam que as reformas realizadas por Gorbachev amplificaram a crise política e econômica soviética, contribuindo para a queda da União Soviética. Em 25 de dezembro de 1991, Gorbachev renunciou a sua posição de secretário-geral e a União Soviética deixou de existir, fragmentando-se em 15 nações diferentes.
Por que a Perestroika e Glasnost não deram certo?
Entre os fatores que explicam o fracasso das duas medidas estão:
-
desinteresse da cúpula do Partido Comunista em promover essas reformas;
-
forte pressão sobre Gorbachev promovida por membros do Partido Comunista;
-
desorganização econômica que se deu com a abertura da economia soviética para o mercado;
-
críticas ao governo de Gorbachev promovidas pela população e pela imprensa;
-
descredibilização do regime soviético, etc.
Leia também: Afinal, o que é comunismo?
Exercícios sobre perestroika e glasnost
Questão 01
No contexto do governo de Gorbachev, um conflito sangrava a economia soviética, contribuindo para a crise econômica que afetava a União Soviética. Esse conflita era:
a) Guerra do Vietnã.
b) Guerra da Bósnia.
c) Guerra do Afeganistão.
d) Guerra Civil Chinesa.
e) Guerra da Coreia.
Resposta: Letra C.
A Guerra do Afeganistão foi um conflito iniciado em 1979, quando os soviéticos invadiram o Afeganistão para reprimir uma revolta dos mujahidin (grupos conservadores islâmicos), que se levantaram contra o governo socialista afegão. Esse conflito foi desastroso para a economia soviética, forçando o país a gastar bilhões de dólares.
Questão 02
A respeito da economia soviética durante o governo de Gorbachev, selecione a alternativa correta.
a) A crise da economia soviética se explica unicamente pelo acidente nuclear de Chernobyl.
b) A queda no preço das commoditties e os altos gastos do governo soviético levaram a economia soviética para a crise.
c) A Guerra do Afeganistão não teve impacto na economia soviética.
d) A agricultura soviética era extremamente produtiva dando muito lucro, diferentemente da indústria.
e) A perestroika teve enorme sucesso em reformar a economia soviética.
Resposta: Letra B.
Os historiadores apontam que a excessiva dependência soviética das exportações de petróleo e gás foram prejudiciais para a economia do país, pois sobretudo o petróleo experimentou uma redução significativa no seu valor, diminuindo a renda soviética. Além disso, os altos gastos soviéticos também foram prejudiciais para a economia do país.
Créditos da imagem
[1] mark reinstein / Shutterstock
Fontes
FREEZE, Gregory L. (org.). História da Rússia. Lisboa: Edições 70, 2017.
HOBSBAWM, Eric. A Era dos Extremos: o breve século XX 1914-1991. São Paulo: Companhia das Letras, 1995.